quarta-feira, 28 de maio de 2014

O desabafo e o vinho

O meu desabafo chegou agarrado a uma garrafa de vinho. Eles estavam coladinhos e conversaram horas a fio, como se não houvesse o amanhã. O desabafo foi ingênuo e cheio de tormentas, mas o vinho tirava aos poucos as palavras certas que causavam tamanha dor. A conversa seguia regada às lágrimas que o desabafo jorrava compulsivamente. O olhar já pesado e pequeno, a voz embargada e cansada, fez com que o vinho finalizasse. Eles se afastaram e seguiram lentamente cada um ao seu destino. Até que - em sono profundo - o desabafo se foi, dando espaço ao amanhecer claro que o dia seguinte assim reservou. Tatiana Rangel

O adeus do amor

E os sonhos se perdem em um amor ilusório, morno. E as conquistas perderam a esperança. A vida - em seu melhor sentido, de alegria - deu lugar a nostalgia, a falta de esperança e ao tédio. Seguir é o caminho. O melhor caminho. Mas as forças ficaram emboladas nas cobertas da última noite fria. O sol chegou escuro pela manhã e o aconchego não acordou, nem dormiu... Apenas se foi em um dos sonhos ilusórios que a tempestade carregou, dando adeus ao amor. Tatiana Rangel

Olhar para o mar

Tatiana Rangel