quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pileques da dor

Na mesa de um bar em um cruzamento qualquer tudo começava. Um gole de cerveja, um trago no cigarro e a prosa que punia levando a um destino insaciável. Na amizade o repouso depois de tantos outros pileques. A calmaria do tabaco levava-nos junto à fumaça. E a prosa continuava com dores e aflição. A pessoa amada não passava, ou passava em pensamentos e recordações. O corpo ausente, dava-nos a necessidade de saborear a cachaça de barril do bar daquela esquina. Mal sentiamos os pés tocando o chão. Tampouco o arrepio que no início conduzia a prosa.
De repente tudo se manifestava. O toque das mãos, o calor do cansaço e a troca de tormentos que se transformava em amor. Mas que amor?
Duas almas que há pouco vagavam em debulhações de incertezas se entregavam sem culpa e cheias de conflitos?
Esse sentimento que ao menos sabemos definir foi manipulador ao nos aproximar.
Voltava entre nós, nos momentos de prazer, a sensação de enganar o espírito.
E foi ainda naquela noite que nossos corpos se unificaram. Mas, foi também naquela noite que a boa e velha amizade se concretizava.


Tatiana Rangel e Mário Sérgio

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