O primeiro olhar...

Na paixão move também a inspiração. Como Vinícius de Moraes, minha admiração e interpretação pela leitura e escrita, vem de sentimentos que começam a ser explorados na alma. Ele precisava estar vivenciando a paixão, e eu também.
Dia desses, em um encontro, mesmo com a vida turbulenta que caminha ao meu lado, senti algo especial no peito. Como se não soubesse identificar depois de tanto tempo o que andava acontecendo dentro de mim, fui embora. Muitas vezes a solução de nossos problemas e dilemas trafegam junto a nós, em instantes que mal conseguimos definir quem, e do que se trata. O que fica na cabeça e, muitas vezes, na memória, é como conduzir e diagnosticar a aceleração no peito. Se trata, talvez, da busca incassável da felicidade. E eu busco!
Se pudesse hoje gritar em um tom bem baixo, chamaria seu nome, mas não poderia. O que fazer? O olhar me prova, e pocuro não olhar. Sei que me perderei... Sei que não saberia sair dos teus olhos... Sei que mais tarde procuraria esse seu lindo olhar. Mais uma vez fica a pergunta dentro de mim... O que fazer?
Minha alma, como sempre citada em minhas escritas, pertubada, não sabe definir o destino. Não sabe para onde ir, menos, o que dizer. Nossas vidas andam em caminhos opostos e tão disnortiados que ao menos consigo imaginar outra pessoa. Mas, também, não consigo tirar você de meus pensamentos. Mesmo sem saber quem anda em meu coração, eu procuro por vc! Foi um olhar, apenas um... Aquele em que, eu, não consigo esquecer!


Tatiana Rangel